Imagem: reprodução/Pinterest
Sexy sem ser vulgar. Talvez essa frase, que pode mais parecer uma piada, seja a mensagem que algumas pessoas querem passar ao lotar a minha e a sua timeline com as inúmeras fotos sensuais acompanhadas de frases de efeito.
Sempre prego a teoria de que "o Facebook é meu, então, as regras são minhas", mas queria apenas compreender qual mensagem esses 'poetas sensuais' querem passar.
Essa modalidade é mais explorada por elas, mulheres que conquistaram a merecida liberdade de mostrar o corpo da forma que desejar, no entanto, apenas uma selfie sexy pode não ser o suficiente. Como disse, foi uma liberdade conquistada que talvez esteja sendo utilizada de forma pitoresca.
O que poderia ser bonito e sexy hoje é grotesco, pois nada mais esquisito que uma foto de seios bem focados acompanhada de uma frase do Dalai Lama.
Segundo um estudo realizado pela psicóloga Elizabeth Daniels, da Universidade do Colorado (EUA), publicado na Psychology of Popular Média Culture, as fotografias sexy podem ter um efeito contrário ao esperado: que a mulher pareça menos sexy. Para dar um plus nas postagens, precisam provar que além de ter um corpo mega sarado, também possuem uma mente iluminada e letrada.
Mas não são só ELAS que praticam a 'arte' da poesia sensual, os marmanjos de plantão também não ficam atrás, apenas são menos criativos e lotam as redes sociais mostrando o efeito que as horas de exercícios e toneladas de ovos cozidos refletiram em seus corpos rasgados. Claro, no pain, no gain.
É evidente que o grupo estrelar não foge dos padrões estabelecidos que tentam provar o óbvio. Não é só um corpo bonito, é muita cuca no lance.
O professor da USP Bruno Scartozzoni tem uma opinião que se encaixa perfeitamente no tema supracitado e vou utilizar para fechar o post de hoje.
“Pessoas que se exibem em fotos fazendo poses e frases de autoajuda são elementos bastante criticados por “formadores de opinião” da internet. Essas coisas sempre existiram de uma forma ou de outra. A diferença é que a internet tem esse poder de massificar e popularizar qualquer comportamento. Aos poucos o que era o “lado B” do ser humano vai sendo mostrado às claras para quem quiser (e não quiser) ver. Nos causa fascínio porque, de certa forma, é arte, e a arte tem essa propriedade de ressignificar o que há no íntimo do ser humano. Mesmo que seja no lado B. Aliás, ainda melhor se for.”
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